Gravidez
É hora de mexer num vespeiro. Eu não sou a pessoa mais fácil de lidar, mas também não sou a pior, então tudo que aconteceu, ficou registrado, marcado a ferro e fogo.
Meu esposo e eu, na época noivos, tínhamos 22 anos. Inventamos de engravidar, fomos totalmente irresponsáveis, porque nenhum dos dois tinha um emprego que ganhasse bem. Engravidei, já no início eu fui sorteada com hiperêmese gravídica, eu vomitava horrores, perdi tanto peso que a médica me passou um milhão de vitaminas para vê se eu ganhava mais peso.
Escondemos por um tempo, meu esposo, contou para mãe dele por mensagem que eu tava grávida, ela no começo reagiu normal, depois de uma conversa com o irmão do meu esposo, ela me impediu de ir lá, Anakin, ficou revoltado com a mãe e como a minha tinha me acolhido, pela primeira vez na vida, ele resolveu se mudar pra lá. Minha queridisisma sogra Luciana, voltou atrás, mas isso, era só o começo.
Por volta dos 3 meses, eu sentia dores muito fortes, começou sair uma borra escura, foram vários dias assim e justamente no fim de semana, eu não estava com meu cartão de gravidez, as dores foram aumentando e então fomos para maternidade, mas eu precisava do cartão. Ligamos para minha queridisisma mãe, Maria, ela se recusou a levar o cartão até metade do caminho, porque estava com visita em casa, minha prima que sempre ia lá, mesmo sabendo que eu tava com dores. Anakin foi do outro lado da cidade, pois é, esqueci de dizer que eu morava nos fins da zona norte e ele nos fins da zona sul, duas horas de ônibus de uma casa para outra. Fiquei com dor no meio do caminho, já que a maternidade também era longe das nossas casas. Ele foi e voltou, me levou, detalhe que estávamos de ônibus. Fui examinada pelo médico que estava de plantão, descobrimos que era início de aborto e além de ficar de molho, sem poder fazer nada, teria que tomar vitaminas.
Eu estava no meu último ano na universidade, eu estudava na estadual e ele na federal. Spoiler alerta! Não me formei, mesmo tendo passado em todas as matérias, menos no TCC que eu não entreguei, mas isso eu conto em outro dia.
Minha gravidez não foi das melhores, eram muitas dores, nem sempre eu conseguia sair de casa, fiquei inchada. Eu parecia uma criança, apesar de ter 22.
Ariel, sim, esse é o nome, não ajudava, ele estava sentado, aos 8 meses, ele fez o favor de virar, foi uma dor desgraçada, o parto estava cada dia mais próximo, mas esse é só o começo da porra toda.
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