Novo início

As vezes você só está perdido, tentando encontrar um caminho que lhe sirva como sua roupa favorita, como uma cama que te aquece, como uma entrada triunfante! Não sabendo o que pensar mesmo quando preso em demasiadas fantasias.
Sem poder desabafar, sem amigos. Nem um amor para lançar fora o que te tanto atormenta. Aquela que você sempre teve receio vem a seu encontro, sim, a idade, cada vez mais perto... sussurrando... estou indo.. Ri-se ela da astucia.
Que é que procuras? Te vi chamar por um morto. Não é esse seu eu criança? Não fora ele que te segurou a mão quando prestes a cair no abismo da alma? Louco! Que é essa criança com rosto de velho? Que te admiras nela? Essa te constituiu, mas deves lançar a mão dela. Que morra, velha criança!
Olhe! olhe, antes que seja tarde! Vê que podes viver sem teu maior? Que farás?! Darás fim a tua existência?! Louco!
Vê! Vê que suas mãos estão vazias. Que queria pegar? E quem é o outro para que te ponhas de luto? Acaso, pensavas tu que o abismo em que não caíras era teu fim e que a mão que lhe foi estendida lhe trouxe vida? Pois, não viveste um só dia sem ser escravo de si! Daquela mão, daquele mancebo!
É preciso matar para comer! Já mataste, agora coma, mas não o que está morto! Não o que está morto canibal!
Saia... Já está cego na escuridão, saia para luz para que veja! Veja que a vida está para além de tudo isso.
Agora, por este decreto e por essa confissão, declaro-te livre para pular.. Sim, porque não era o abismo teu fim, mas a sua c-o-v-a-r-d-i-a em não pular! Pois só quando perdemos a nós mesmos é que podemos, verdadeiramente, "nos encontrar!"

  [Voltar]  

---

Para fazer comentários, realize o login.

---