Eu voltei mesmo pra cá

Hoje eu estou tentando me animar, pensar na minha vida de forma mais racional e me afastar um pouco da minha tendência a dramatizar tudo o que acontece. Eu sei que há muito a melhorar ainda, eu sei que há um longo caminho a percorrer, mas não posso deixar de pensar que perto dos meus 30 anos, eu esperava mais de mim. Eu gostaria de ser mais segura sobre quem eu sou ou no mínimo menos perdida.
Eu penso que é algo que as pessoas percebem. Eu me sinto transparente, como se pudesse facilmente ser lida. Não que eu me importe tanto com a opinião dos outros, não que eu vá deixar de ser algo por conta de alguém. Mas me incomoda encontrar aquela menina de 15 anos, assustada com tudo, a cada vez que olho pra dentro de mim.
Um pensamento que sempre me ocorre é que, na verdade, não há nada de tão errado assim comigo, em mim, na minha vida. Eu tenho um emprego, um teto pra morar, tenho uma mãe que faria muito pra me ajudar, não tenho nenhuma doença grave ou limitação. Eu deveria estar feliz. Mas como é difícil ser feliz! Como é difícil encontrar o contentamento.

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