A CASA cap.II
O Dialogo de Sam
Eu quis me sabotar. Por as mãos novamente naquela pedra. Porém, antes que o fizesse, a carranca apareceu . De forma repentina, assim como quando a conheci. A verdade é que ela sempre esteve por perto, adormecida.
No entanto, depois dos últimos acontecimentos e principalmente depois de eu ter querido pegar a antiga joia, ela despertou.
O mais engraçado é que ela nunca mentiu e sempre me disse a verdade quando se tratava dos seres humanos. Todos os aspectos mesquinhos e fúteis das pessoas, sempre buscando seus próprios interesses. E mesmo em relação a si mesma, também a carranca nunca se omitiu. Dizendo sempre o quão desprezível era, embora nunca se colocasse abaixo de qualquer que seja. Que era essa voz, que desde de 2014, quando registrei pela primeira vez, seus discursos? Que foi durante tanto tempo o mancebo, o sábio, o louco, e a própria carranca?
Não é certo dizer que todos estes moram no mesmo lugar? Quem foi que teve a ideia de dividir os aspectos das duvidas em personalidades distintas? Isto sei que foi o louco que fez.
Porquanto, sempre no limite do ser, surgem as sombras... Coisas sobre as quais ignoramos completamente, por estarmos tão envoltos em nosso próprio fim. Deixemos as palavras correrem sem mais as prendermos, e falemos sobre as coisas que nos trazem indignação. Para todas essas coisas foi que a carranca veio. Com toda sua raiva e ira. Pois ela não preza por ninguém, não se importa em machucar, e tão pouco o sente quando é ferida. Pelo contrário, ela sorri e solta gargalhadas, pois sua insanidade lhe é agradável. Nela não há desejo, nem mágoas, nem remorso ou apego... Mas tão somente indiferença.
Risos!....
Ora, ora... Caro amigos, poderia o mancebo de 14 anos falar de mim estando em silêncio? C
Como poderia ser isso? Não sejamos tolos.
Acorde, mancebo! Que por sua debilidade foi que vim!
Poderia tu escrever estas palavras sobre mim, quando sou eu quem lhe conhece por inteiro? Tolo!
Você que havia me aprisionado no abismo do ser, para que eu não mais intervisse e tomasse conta disto sobre o qual você nunca teve controle, eu!
Por quanto tempo pensara que podia me impedir de vir à tona? Se não tivesse eu tomado o controle, estarias tu com aquela pedra nas mãos. Aquela pedra, da qual sempre desprezei e ria quando a mesma sofria. Porquanto eu via o que você não queria, por estar cego pela misericórdia. Eu, que tanto lhe falei para não ir a floresta sem levar consigo a espada e o chicote para amansar as feras! Tolo!
Devia eu lhe pregar um castigo severo por tamanha ignorância e displicência!
Por isso mancebo, quem está aprisionado agora és tu! Assim como fizeras comigo. Eu o digo estas palavras, pois a você já não é permitido falar. Assim vais permanecer, para que não me leves a ruína.
Por isso a minha alegria agora é completa! Pois já não serão as coisas como antes.
E tu, que olhas de fora? Acaso pensas que eu estou longe de ti também? Olhes no espelho, verás que dentro de ti também há uma carranca. É preciso coragem para ver a sua verdadeira face.
- Disse a carranca.
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