Diário de angelofdarkness

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Sexta-feira, 03 de Maio de 2019.

..01 Público
Todo esse tempo ficava me perguntando o por que aconteceu tudo isso, o por que dela ter falado com ex, ter amado alguem durante nosso relacionamento. Mas agora pergunto se eu devo achar o que ela tem de errado, ou onde foi que eu errei, embora na realidade eu tenha que me perguntar por que aceitei tudo que aconteceu, por que sempre aceitei migalhas, que tipo de amor foi me ensinado a ter, o que eu mereço não é realmente isso.
Cresci em um ambiente muito conflituoso. Quando criança eu lembro de meu pai bebado, jogado nos lugares da casa dormindo e com forte cheiro de álcool. Com tudo isso minha mãe aceitava ele, acreditava que tudo poderia mudar, eram escandalos, noites mal dormidas, não podia chorar, por que ele não gostava de criança chorando. Caso acontecesse a cinta pegava. Ali eu já via que o amor doía, cheirava mal, e que se nos rebelassem contra apanhavamos. Quando meu irmão mais novo nasceu, logo em seguida veio minha sobrinha, as coisas ficaram mais dificeis.
Pela dificuldade financeira nos mudamos para uma cidade bem distante, onde havia emprego para meus pais, no inicio era o paraiso, mas o álcool, ainda estava presente, quando eu tinha em torno de 10 anos meu pai acordou todo ensanguentado na calçada, sem saber o que estava acontecendo, ele sempre foi ausente, e ali se aprendia que o amor era aceitar os erros sem falar nada e além de tudo ajudar.
Depois desse ocorrido minha mãe e minha irmã mais velha resolveram auxiliar levando ao grupo de alcolicos anonimos e com remedios para ele parar de beber.
Nessa época minha irmã se juntou com o pai da minha sobrinha, o mesmo veio morar na mesma casa conosco. Ele era grosso, rude, machucava ela, de forma verbal e fisica as vezes. Hoje defino ele como uma pessoa abusiva, e juntando com o que eu já sabia do amor, ainda aprendi que se relacionar com pessoas assim era saudavel, que era saudavel se doar pra alguem por completo, e que tudo isso era amor.
Meu pai parou de beber, e as coisas em certo ponto foram se tranquilizando, digamos que tinhamos uma vida normal.
Quando cheguei na minha adolescencia e fui estudar em outra cidade, aos poucos fui me descobrindo, tendo minha liberdade de expremientar novas coisas, foi então que vi que eu estava fora dos padrões, comecei a namorar com uma menina escondido, e foi assim durante um ano, até minha mãe descobrir, quando ela descobriu ela me espancou, eu tentei me matar, por que eu me achava a aberração e ela fazia questão de deixar isso claro. Foi dificil, mas enquanto isso acontecia na familia, tinha mais o relacionamento.
Pensava eu na minha humilde inocencia, que aquela menina seria a unica, eu me entreguei aos poucos, devagarinho, ia todo final de semana, curtia com a mãe dela, e aos poucos foi se tornando toxico, nada do que eu fazia era bom, eram brigas, e eu aceitava, acreditava estar culpada, eram traições, e eu aceitava por que achava que era apenas uma vez ou outra mas era a mim que ela amava. Como obviamente da para deduzir, esse relacionamento terminou de uma forma bem conflituosa, com ela ainda querendo me bater, por que a gente nao se falava a semanas, não pos um fim, mas nao decidiu continuar, e quando fiquei com outra garota e vi que ela não era a unica, ela reagiu de uma forma bem agressiva.
Depois disso fiquei meses aprendendo o que era as festas, e descobri que aquele relacionamento tinha algo errado. Depois disso namorei um outra menina, essa como todas as vezes demonstrou ser diferente, mas não deu um mês, e na segunda semana de namoro já brigamos, e eu pensei em terminar, mas tenho que admitir que a vizibilidade que aquilo me dava para minha familia, o eu sou sapatão, não estamos escondidas, e voces vao ter que aceitar. Mas eu já deixei de ser feliz nesse relacionamento logo de inicio pra suprir essa aceitação. Foi um relacionamento conflituoso, eu via se repetir o que acontecia muitas vezes em casa, mas ali eu tinha uma fuga e um afago as vezes. Sofri agressões psicologicas, agressões físicas, e quando finalmente acabou me vi livre. Era uma pressão toda vez que eu tentava terminar ela falar me se matar, isso pesava demais em mim, várias vezes tive que me esconder da vó dela, pois a vó dela não podia saber. Ameaças da mãe dela, era uma pressão muito grande. Fora não poder ter contato com meus amigos mais, era totalemente um mundo paralelo controlado por ela.
Ainda me recuperando desse relacionamento, acontece algo novamente em minha casa, onde foi descoberto sobre meu pai, que ele nas redes sociais buscava por garotos adolescentes, chegou a perseguir alguns, oferecia dinheiro em troca ..... Até então ninguem sabia, até o dia que o pai de um dos garotos, na faixa dos 15 anos, foi na nossa casa com um facão pronto pra matar ele. Eu fiquei em choque, eu não sabia como lidar, logo em seguida começaram a jogar pedras na nossa casa. E minha mãe queria que tudo se resolvesse e ficasse normal, novamente agredindo a forma de amor que ela ensinava. Desde então começou uma batalha para acabar com isso, no começo eu conseguia olhar pra ele, mas depois não suportei, as coisas foram piorando, e ele foi morar em outra cidade.
Pensei estar livre, mas agora a culpada pela separação dos meus pais perante todo resto da familia era eu, foi dificil enfrentar todos. Minha mãe novamente resolveu deixar ele voltar para casa, foi onde eu peguei o celular dele e li, com todas as letras coisas tenebrosas que não acreditava que meu pai estava fazendo aquilo. Surtei, comecei a chorar, a tremer, queria naquele exato momento morrer, pra quela dor acabar, por que ele fazendo a pior coisa ainda poderia ser respeitado e eu fui espancada por amar, fui espancada por sentir algo bonito, por querer sair de maos dadas e demonstrar meu amor e não poder.
Com isso minha mãe tomou a atitude de denuncia-lo e definitivamente separar dele, foi então que fui a ovelha negra da familia, mas isso já não vem ao caso.
Depois disso me permiti entrar em outro relacionamento, de forma que pensei que seria diferente, mas estava ali um esboço de alguém que queria uma mãe, não uma namorada, e como acreditava que relacionamento era aceitar tudo sempre, e sempre estar feliz, amor era briga, era choro, era dor, amor era aceitar tudo sempre, amor era em maior parte sofrimento, eu estava acostumada com esse tipo de amor, não legitimando meu amor proprio, amor era ficar em segundo plano para dar enfase para o parceiro. Amor era obediencia, disciplina, amor era falta de afeto, e intervenção, amor não era lindo, amor não era bonito, não se via o companheirismo, mas a doação por completo.
Sendo assim hoje vejo onde foi que aconteceu o erro, foi em todo processo que fui ensinada a ser assim, mas agora que sei posso mudar minha forma de me ver perante um relacionamento, talvez não haja uma formula, ou uma maneira certa de sentir, mas não sendo submissa há alguém, não sendo a segunda opção, e principalmente não me amando.
Nunca me ensinaram a ter amor proprio, sempre fui a guriaizinha feia do cabelo ruim, por que não alisa, por que não penteia, vai te arrumar, por que isso, por que aquilo, sempre teve um padrão que não me encaixava. Mas hoje vejo que o unico padrão que tenho que seguir é o meu, e zerar esse amor do zero, para reinstalar minha forma de ser, não me baseando no que acontecia nos relacionamentos dos meus familiares, ou em relacionamentos passados, afinal amor não é dor, é ter você para si mesma e alguém que enalteça isso de forma reciproca, é uma sintonia que vai ser sentida de forma singela, e sem pressã.


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Comentários

Comentários (1)




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Sexta-feira, 03 de Maio de 2019 �s 10:33
como durante a sua vida mais nova ninguem nao ensinou a ter amor proprio essa pessoa foi a lição que vc deve levar pra sua vida e aprender que vc tem sim amor proprio

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