Pablo, Pablo ... não me fode. pt. 5
O dia de Sábado começou todo "bugado", desde a manhã e se seguiu assim o dia todo.
Meus sentimentos e emoções oscilaram diversas vezes, não era um dia bom para conversarmos sobre assuntos que podiam ser definitivos. No inicio eu fiquei apreensiva sobre querer conversar contigo, pois na minha mente eu só queria resolver aquilo logo, mas com o passar da manhã pude ver que era melhor deixar pra outra hora.
Passamos o dia fazendo vários "nadas", seria difícil fazer algo mais produtivo com um clima frio e chuvoso, mas na medida do possível pudemos desfrutar da companhia do dia-a-dia um do outro, e de uma breve presença do Adilson, que também aparentava incomodado devido o dia "bugado". As horas foram se passando, mas nem parecia, era como se o dia tivesse parado o tempo.
A noite chegou e trouxe junto as inseguranças e mais confusão ... Você foi pego de surpresa por um trabalho novo e isso te deixou eufórico e ansioso, talvez isso tenha feito parecer que eu estar ali não fosse atrativo pra você, pelo menos não o bastante.
Quando me disse que já tinha falado com o Adilson pra me levar embora, minha mente se fechou e eu não conseguia ver seus motivos, me senti cega (da mente) por um momento pois eu não queria ir embora com ele, queria aproveitar que estava em Salto para ver o Juninho. Mas não tinha como você saber disso já que eu não tinha falado nada sobre, mas mesmo assim não pude conter aquela frenesia que foi crescendo no meu peito, só de pensar que mais ma vez eu pudesse ser a última opção. Entreguei sua chave e desabei, meu corpo estava quente e tremulo, senti como se tudo aquilo que minha mente não conseguisse processar estivesse se espalhando pelo meu corpo como uma energia indomável e confusa, até encontrar uma forma de sair. Você me pediu pra não chorar, mas já era tarde de mais, eu não pude segurar; melhor assim.
Ainda cega pelas próprias emoções, fui me encontrar com o Junior, enquanto você trabalhava. Ele também parecia afetado pelo dia estranho.
Queríamos fumar, mas nunca pareceu uma missão tão difícil. O bong entupiu, não consegui encontrar o fósforo para limpá-lo, o isqueiro parou de funcionar, não tínhamos seda... mas mesmo assim pude ver que o mesmo dia estranho parecia estar nos dando uma trégua, nos proporcionando momentos engraçados para dar uma descontraída. Quando finalmente conseguimos, fizemos questão de fumar até o final. Assim que acabou você, Adilson e Lais chegaram com mais uma vela em jogo, eu só queria parar de pensar no resto do dia. Objetivo alcançado, fumei tanto que quando me dei conta, eu não me encontrava mais ali. Mesmo assim pude sentir, mesmo que todos estivessem um pouco desanimados, eu já me sentia menos eufórica e desesperada, não estava mais brava com você e nem mal. Ainda sem estarmos totalmente bem, estarmos juntos era a melhor coisa para aquela noite.
Um pouco antes de vocês chegarem, você me mandou uma mensagem que ficará gravada em minha mente ... "Eu não vou te deixar sozinha" ... Não esperava isso, eu achei que você realmente iria como tinha dito e pronto .. Não te agradeci verbalmente, mas espero que tenha percebido que eu estava bem melhor depois disso.
Fomos embora.
Na manhã de domingo conseguimos conversar finalmente, você me disse que não queria nada sério, e mesmo que eu tenha me perdido em meio a tanta novidade, concordei com você: "algo leve e sem cobrança, é o que precisamos".
Com essas palavras na mente posso me sentir livre novamente, me prendi a você por um momento de uma forma que eu também não queria que acontecesse, mas agora sinto que as coisas podem voltar a fluir com naturalidade. Mesmo imaginando que seria isso que você iria dizer, te ouvir dizendo com certeza me deixa muito mais tranquila e preparada pra lidar com tudo isso. Afinal, nunca tive algo leve assim, algo que fosse bom e simples, não sei qual será o meu limite pra lidar com isso, mas quero muito descobrir,acredito que seja um momento muito bom pra aprendizados novos pra ambos.
De uma forma saudável, encerro esses dramas todos, agora vai kkk
Assim espero.
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