Diário de lordsemideus

Amor próprio

Terça-feira, 19 de Agosto de 2025.

Amor próprio Público
Que sentimento é esse de inquietude? Como se algo estivesse fora padrão, como se a vida não estivesse completa. Era este o sentimento que me caiu como um flagelo, pois eu estava perdido.

Na vida, quando estamos acostumados a algo ou alguém, deixamos de os ver como um ser singular e passamos a nos enxergar como parte desse algo ou alguém. Pode ser uma religião, uma seita, a família, círculos de amizades ou um amor... Não importa. Este sentimento irá nos ocorrer, pelo fato de que já não fazemos as coisas somente para nós, mas para o outro, ou para os outros.

E isso é muito singelo, uma vez que nos ajuda a não sermos tão egoístas e solitários. E neste sentido, aprendemos até mesmo a andar em unidade. Isso é maravilhoso.

Por outro lado, quando já não fazemos parte de algo, ou da vida de uma ou mais pessoas, ficamos remoendo tudo o que fizemos e tudo o que poderia ter sido feito, tanto por nós quanto pelo próximo, afim de justificarmos o fim daquele ciclo. E isso dói, principalmente se sentirmos que não fomos nós quem causamos aquele afastamento.

A grande verdade, e é o que tenho aprendido é que, não adianta procurarmos um culpado. Visto que isso não irá mudar em absolutamente nada. E e sei que muitas vezes nós o os outros, se fazemos promessas como se fôssemos realmente capaz de cumpri-las. Como se o destino estive a nossa mercê e nós não fôssemos reféns dele e das circunstâncias que ele nos impõe com tanta destreza e crueldade.


Por isso é tão importante darmos significados aos nossos sofrimentos e as pessoas que passam pela nossa vida. De modo que assim, já não ficamos a procura de um réu, porquanto este mesmo muitas vezes somos nós mesmos. E sim, de dar a nós mesmos a oportunidade de olhar as situações com outras perspectivas.


Hoje, pela primeira vez, sinto que minha vida esta voltando ao normal. E com isso quero dizer que meus sentimentos e emoções já não falam tão mais alto do que minha razão. E que ressignifiquei as tragédias que comigo e através de mim, ocorreram.

É um alívio depois de meses poder sentir isso de novo. Poder se sentir vivo o suficiente e com uma visão de mundo mais abrangente, ao passo de se permitir viver a vida com mais leveza de espírito. As vezes não conseguimos dar alívio a nossa dor por estarmos preocupados demais sobre o quanto ela nos afeta, ao invés de pensarmos nas possiblidades que temos disponíveis para melhorar a situação e poder continuar a vida.


É evidente que isso é extremamente difícil quando estamos machucados por dentro. E no entanto, o mundo e as pessoas, não vão parar para nos acudir e tratar nossas feridas. Nós somos sempre responsáveis por nós mesmos. E não importa o quanto você sofra, somente você poderá se levantar.

(Claro que com a ajuda de Deus, sempre).


E isso eu posso dizer por experiência própria. Deus sempre nos assiste em nossas aflições. E muitas vezes Ele não trata conosco naquele momento, por saber que devemos aprender aquilo sozinhos, porque ele não faria isso se soubesse que não conseguiríamos. Deus é sábio.


Sou demasiadamente grato por hoje poder ver as coisas com mais clareza de pensamento.

Eu entendi que independente da dor que eu sinta agora, ela não é para outra coisa senão meu próprio aprendizado. Pois eu sei que no futuro estarei olhando para a situação presente, já com o conhecimento dos porquês e com o a paz do presente. Tal como me sinto agora em relação ao passado.



Eu sei que ainda tenho muitíssimo a aprender... E estou tão distante de onde gostaria de estar e quem gostaria de ser... Embora viva no prazer de conhecer a mim mesmo dia após dia.

Mais velho, mais maduro, mais experiente e sabendo evitar melhor o mal. Em contra partida, sempre vulnerável as circunstâncias e isso não mudará para ninguém. Ainda atrasado em alguns aspectos da personalidade, que em geral, são os pontos negativos que ignoro. Embora saiba que uma hora terei de resolver essas questões.


Contudo, mais paciente, mais ponderado e menos juiz de si. Essa é uma das coisas que mais me trouxe paz na vida adulta. Julgar a si mesmo com uma medida justa, cabível a cada situação de forma precisa, sem ser pesado demais ou leve, mas na medida em de cada situação.


Não podemos ser tão pesados conosco, para também não ficarmos expostos a maldade.
Li no Livro o Animal Social, escrito por Elliot Erisson, Psicólogo Social, um trecho que dizia que pessoas com baixa autoestima, tem maior tendencia a cometer atos de crueldade.

Isso se deve ao fato de que, uma vez que o indivíduo se tem em baixa estima, tende a desvalorizar e a negligenciar as pessoas e as situações e inclusive, pode até mesmo adquirir novas formas de preconceito.
Por isso, devemos sempre sermos ponderamos para não pensarmos de nós mesmos, nada além do que convém. Afim de nos mantermos em equilíbrio tanto para evitar o mal, quanto para não nos engradecermos em demasiado quando praticamos o bem.


Bem quisera eu ter aprendido isso antes? De modo algum. Pois o que passei foi para meu próprio crescimento no sentido de adquirir experiencia e preencher este individuo que leva meu nome sobre si, de coisas valorosas. Com efeito, essas mesmas coisas fazem de mim, alguém que pode, em certa medida, ser agradável aqueles que me amam.


Quantas vezes eu não quis mais existir... De fato, já perdi as contas.

Porém, foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse o que Deus queria me ensinar.

Não pensamos nós que somos o personagem principal da história. Sabe o que irá nos trazer tranquilidade?


Saber que a a dor é sempre, absolutamente, passageira! Assim como as alegrias. Portanto, não estamos aqui senão para vivenciar essas coisas. E saber valorizar até mesmo a dor que sentimos, dando um significado a ela, mas uma significância presente, não futura.


Nunca devemos dar um significado a nossa dor no sentido futuro. Como por exemplo: Isto que estou vivenciando irá passar e eu vou entender o porque de tudo. Errado.

Devemos pensar algo mais elevado, algo semelhante a: Isto que estou passando já está por si só se resolvendo, pois nenhuma situação tem o poder de ser perpetuar. Por isso, o que estou, desde já aprendendo é que essa situação e as pessoas ao redor dela são temporárias e portanto não devo temer o que irá me acontecer.

Devo manter a calma e e cuidar de mim. Devo cuidar das minhas necessidades básicas como comer, beber e tomar banho.

Devo cuidar dos meus pensamentos e não pensar nada além do que convém para esta situação que é por definição momentânea.
E por isso, a solução mais cabível neste momento não é nada além do que a própria situação.

Devo me afastar, senão fisicamente por uma impossibilidade do ambiente, fazê-lo em pensamentos, como ler um livro. E acima de tudo, deve ser paciente e não culpar-me ou culpar a outros por esta situação. Visto que tanto eu, quanto os que nela estão envolvidos, podem estar fora de si e não agindo como a razão.

Pensando desse modo, podemos criar um ambiente que nos proporcione um espaço entre nós e o ocorrido, nos dando uma percepção mais abrangente e nos trazendo mecanismos de defesa e ação em relação ao evento.

Todavia, nem sempre as situações nos dão a oportunidade e tempo suficiente para resolvê-las. Contudo, por mais emergência que seja, sempre devemos dar um passo para trás e criar um afastamento para conseguirmos ver de uma panorama melhor, a melhor solução.


Em suma, estou feliz em poder sentir-me vivo para viver novamente. Sinto que posso me propor a fazer qualquer coisa! Sinto a boa fase retornando, e para além de tudo isso. Sinto que estou tão mais apto a aprender e a vivenciar as coisas, que isso me deixa quase num desejo insano de sentir o sabor, seja ele amargo ou doce, de cada circunstancia que me está proposta.


"Amor próprio, não é se ver como um ícone de suprema importância. E sim, saber que mesmo com toda a sua modéstia e limitação, você é inestimável para si mesmo. E que por isso, se cuida e se ama e se protege."







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