Mudança
									
										
								        	 
								        
								        
									        
										
										
										 
										
									 
							
						Ei, querido diário.
Demorei a voltar... talvez o site não carregasse porque o tempo precisava respirar antes de me deixar escrever de novo.
E nesse intervalo, tanta coisa mudou.
Desprendi-me de um amor que já pesava mais do que sustentava. Um relacionamento antigo, tóxico, que me consumia aos poucos.
Ao deixá-lo, abandonei também o trabalho que me drenava, um ciclo que não rendia frutos, apenas cansaço.
Foi como abrir a janela depois de anos trancada, e sentir o ar entrar de novo.
E agora... há alguém.
Alguém que parece ter sido tecido com o mesmo fio invisível que o meu.
Sinto que nossas almas se reconhecem, como se um destino antigo tivesse esperado o momento certo para nos reencontrar.
Vivemos vidas separadas, com outros amores e desencontros, mas o tempo soube costurar nossos caminhos de volta.
Há uma harmonia suave entre nós.
A química é serena, a conexão é antiga.
Nossos pais se conhecem, e de alguma forma o mundo inteiro parece aprovar o que acontece entre a gente.
Nos gostos, nas risadas e nos silêncios encontro um espelho gentil.
E percebo que, aos poucos, estou me permitindo amar de novo.
Não por carência, mas pela beleza de ser cuidada com ternura.
Nossa rotina é um aconchego.
De dia, cumpro minhas tarefas, cuido do lar e de mim.
Quando o sol se despede, caminho sob o céu cor de melancolia.
E à noite, vou até ele e tudo parece repousar.
Após a academia, partilhamos o simples: uma série, um toque mais íntimo, um riso.
São momentos pequenos, mas cheios de eternidade.
"Quero aproveitar cada instante", confessei.
"Temos muitos instantes pela frente", ele sorriu.
E nesse sorriso, senti que estávamos construindo algo que não nasce do impulso, mas da calma.
Algo feito de respeito, confiança e do tipo de afeto que cresce em silêncio, mas floresce profundo.
Ele me convidou para morar com ele quando a casa estiver pronta.
E, confesso, senti medo.
Medo de ser esquecida, de perder espaço no coração de alguém.
Mas o convite veio como uma brisa: leve, sincera e me trouxe paz.
Talvez, dessa vez, o amor tenha vindo para ficar.
Será que o tempo de seca finalmente passou?
Talvez eu veja, enfim, meus campos sendo regados pela chuva.
Esperei tanto... que hoje nem peço mais, apenas vivo.
Cada momento, um novo amanhecer.
(Sim, pareço uma adolescente apaixonada. Mas talvez seja isso o que eu estava precisando.)
	
	
	
 
						
						
										
											
								        
						
						
						
						 	 	
						
						
						
					    
						
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