If "I love you" was a promise, would you break it, if you're honest?
Como é possível que tenha acabado novamente?
Como é possível que, tanto eu quanto os outros, falemos do amor tão vagamente?
Como podes me oferecer rosa atrás de rosa, pra depois incendiá-las? Eu não era especial pra ti? Você disse isso ontem. Que me amaria eternamente. Como pode o teu eterno... Ser finito?
Percebo, novamente, que tudo que eu tentei tirar da minha cabeça, sempre foi verdade. O problema sou eu. Até porquê, como é possível que pessoa atrás de pessoa desista de mim? É possível argumentar que eu sempre me envolvo com as pessoas erradas, mas quantas pessoas erradas existem no mundo para eu ter as chances de me envolver com todas elas e apenas elas? Em que canto do mundo ficam as "pessoas certas"? E porquê o acaso não me levou á elas primeiro? Por qual motivo eu não as mereço?
Por que eu sinto falta das pessoas erradas? Era mentira, ou foi uma verdade curta?
Eu mereço isso? Depois de tudo, o meu destino é mais dor?
Talvez, se deus realmente existe, eu seja apenas seu ratinho de laboratório, com a finalidade de descobrir quanta dor psicológica um ser humano aguenta até que decida desistir. Talvez eu tenha passado da estatística, junto dos outros ratinhos pelo mundo. Ou talvez eu ainda esteja na média, não tendo me matado ainda aos 18. Talvez seja tudo uma piada de mau-gosto, e tem alguma câmera escondida em algum canto por aí, registrando essa pegadinha cruel que eu chamo de vida. Eu rezo pra que seja...
Eu rezo pra que os poemas sobre almas gêmeas sejam verdade, pra que haja uma linha vermelha amarrada ao redor do meu dedo mindinho, que alguém em algum lugar do mundo tenha o que é preciso pra me amar sem me encher de mais cicatrizes. Não cabem tantas cicatrizes num corpo só. Eu só quero sentir algo de verdade sem queimar.
POR QUE EU NÃO CONSIGO VIVER? POR QUE? POR QUE? POR QUE?
Eu me lembro de dizer que desde que eu abri os olhos nesse mundo, eu não paro de chorar. Ou algo assim. Eu acho que tô enlouquecendo aos pouquinhos. Melhorar é só um sonho inalcançável. O que eu sinto é salgado que nem minhas lágrimas, escuro como o meu sangue. Impossível de manejar, como o líquido. Manchas, manchas, manchas. Nem que eu implore, e reze pro seu deus, pro deus dela, pro deus dele ou pra todos que no mundo existem, ninguém no mundo pode me ouvir. Gritos quietos. Respiração irregular. Desde que eu abri os olhos nesse mundo... Eu passei a desejar nunca ter aberto.
Eu passei a sentir ressentimento pelo dia em que meus pais se sentaram e planejaram me inventar. O quão triste é algo que nunca existiu? Existir me magoa.
Eu queria entender de onde vem isso.
Que nem meus poemas, eu me sinto constantemente rejeitada, inútil.
Não tem como entender de onde vem isso...
Espero que ao menos alguém sinta minha falta quando eu morrer. Ou talvez seja melhor morrer na surdina e evitar ser o motivo de mais decepção ainda pras pessoas. Ou talvez... Eu seja uma decepção só pra mim mesma.
É o suficiente pra odiar estar viva.
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