Melancolia rotineira

São 01h39 do dia 03 de Maio de 2022.
Estou com sono e cansada. Cansada do quê? Eu me pergunto. Ontem foi um dia tranquilo, a chuva caiu calmamente sobre a terra, mais uma vez. Estava perfeito para aquele cochilo depois do meio-dia. Então, novamente me pergunto (e você, certamente também está se perguntando): [b]cansada do quê?[/b]
Porém, eu já sei a resposta. Eu sei desde sempre.
Estou cansada de estar aqui, [b]vivendo[/b], ou melhor, sobrevivendo. Todo dia é a mesma luta: manter a sanidade e cada vez sinto que estou cedendo aos poucos. Não sei se consigo suportar por mais tanto tempo.
Não sei se as forças que ainda me restam, serão suficientes para aguentar o que ainda pode estar por vir...
O levantar da cama se tornou um ato de coragem. Coragem para enfrentar mais um dia, coragem para ir para a frente do espelho de manhã, colocar a máscara e estar pronta para responder a todos que perguntarem: [b]"Está tudo bem!" [/b] Que diferença faria se eles soubessem? Acaso diminuiria meu sofrimento?
Essa dor, ninguém pode tirá-la. Nenhuma palavra que proferirem nesse mundo, poderá um dia cessá-la. Nenhum remédio, nenhuma anestesia...
Só tem uma coisa capaz de acabar com isso. O que para muitos é sinônimo de medo, mas para mim é esperança: a morte. Não estou correndo atrás dela, vou esperá-la pacientemente, tomando meu chá de camomila e pedindo a Deus que continue me dando forças, para que eu consiga suportar o peso dos dias.

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