Diário de vanessasud

Minha identidade

Sexta-feira, 02 de Julho de 2021.

Minha identidade Público
Minha identidade
:-o

Infância

Eu nasci numa família amorosa e unida, filha mais nova, com 5 irmãos.
Nasci fisicamente mais parecida com o meu pai.
Desde criança até à minha vida adulta, sempre fui bastante tímida, mas ao mesmo tempo sociável.
Quando conhecia bem alguém, a timidez se dissipava.
Em criança sempre fui muito criativa e original, pouco ligada aos brinquedos, gostava de aventuras e de descobrir coisas novas.
Uma das minhas brincadeiras favoritas:
Escondidas, pião e o berlinde.
Vivi sempre numa casa humilde, mas não me faltava o essencial para uma criança crescer feliz.
Vivi com meus pais e irmãs até aos 9 anos, depois meus pais se separaram, mudando assim minha estabilidade.
Aos 9 anos de idade fui viver com a minha mãe, irmãs e padrasto.
O ambiente era bem pesado e instável a todos os níveis.
Minha mãe sempre foi uma pessoa fria,que demonstra poucos afetos.
Cresci me sentindo uma pessoa sem valor.
Como se ninguém se importasse na verdade com os meus sentimentos.
Cresci assistindo a violência dentro de casa e passando diversos tipos de necessidade.
Quando eu era miúda, eu gostava de fazer teatro na minha mente, fingir que estava em outro mundo, que tudo aquilo não passaria de um pesadelo.
Adorava dormir, porque era onde eu encontrava a minha paz, onde sabia que ninguém poderia roubar meus sonhos ou me magoar.
Lembro que em pequenita sempre sonhei ter um dia uma família, uma casa junto à praia ou no meio de uma floresta, algo em que eu estivesse rodeada de natureza e pudesse sentir paz e harmonia.
Lembro que em pequenita eu ia muitas vezes de férias ter com o meu pai.
O meu pai foi sem dúvida um grande exemplo para mim, ele nunca foi também uma pessoa de dar muitos afetos, mas era um pai exemplar, ele sempre foi um dos melhores homens que já conheci.
O meu pai, como todas as pessoas, tinha as suas fraquezas ou defeitos, mas para mim sempre foi o melhor do mundo, porque ele era exemplar em cumprir suas responsabilidades e isso para mim tinha muito valor sem dúvida.

Com a minha mãe aprendi a ser uma pessoa mais amorosa com os outros, a dar aos outros aquilo que gostaria que me dessem e eu não tinha.
Com o meu pai aprendi a desenvolver um caráter de honra, a desenvolver princípios justos e verdadeiros.
Com a minha irmã aprendi a bondade de ajudar as pessoas à minha volta e a ser um pilar e um exemplo para a minha família.
Com o meu padrasto aprendi tudo o que eu não deveria ser na vida, seu mau exemplo ensinou-me aquilo que não queria me tornar e a saber desde de cedo o que desejava para a minha vida.

Com o meu ambiente em casa aprendi a ser mais sensível com os outros à minha volta, aprendi a ver as pessoas além do que os meus olhos viam,todos os dias procurava ajudar alguém, tentar compreender os outros e ser a cada instante empática.
Mais tarde descobri que eu era assim, porque isso me ajudava a me sentir bem comigo mesma, me sentir útil era a forma de curar a dor que sentia, era a forma de encontrar um sentido para viver, era um motivo para não desistir.
Ser positiva naqueles momentos em que não tinha amor e carinho, era uma forma de vencer a dor que estava a sentir, era uma forma de camuflar os meus sentimentos e de esquecer por momentos as dúvidas que existiam na minha cabeça.
Na verdade eu sempre fui uma pessoa sem amor, que só procurava ter a atenção e o carinho de alguém, como nem sempre isso acontecia, procurava formas de preencher esse vazio.
Focava as minhas atenções naquilo que me ajudava a sentir viva por dentro, já que eu me sentia todo o tempo rejeitada por meus pais.
Todo o tempo me culpava pelas atitudes deles para comigo, mas depois entendi mais tarde, que o problema não era eu, mas apenas esses dois seres que eram dois seres vazios por dentro.
Quando via um jovem problemático, era a primeira a querer ajudar, era aquela que não julgava,mas tentava conhecer a razão de tudo aquilo e depois da melhor forma, com amizade, preocupação, carinho e amor ,ajudava essa pessoa a procurar outro caminho para a sua vida.
Acredito que tudo o que vivi até aqui apenas serviu de lição de vida e foi necessário para eu crescer e para me tornar a pessoa especial que sou, aquele tipo de pessoa rara de encontrar,mas que tem o poder de fazer a diferença na vida das pessoas que me rodeiam.






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